domingo, 30 de julho de 2006

contrastes.


em meu redor, amores-que-me-parecem-perfeitos vão sendo semeados e colhidos pelos dias de verão.
em meu redor, futuros de brilho maior aproximam-se de hoje. espelham-se na minha inércia contrastes de quem parte em busca da substância e se esquece de uma forma de vida oca.


*fotograma de vie privée, louis malle.

[danç]arte no coração.*


há pequenas coisas que, à medida que se vão absorvendo na ausência dos dias, engrandecem de modo irremediável.


digo-o com letras pequeninas porque a palavra é tão grande e assusta tanto e dói e mói e entretanto pode ser que te percas neste polissíndeto interminável que me ajuda a fugir para longe, bem longe daqui, onde o amor levita e faz dançar os pés longe do chão.



gracias a tu cuerpo doy por haberme esperado

tuve que perderme pa’ llegar hasta tu lado

gracias a tus brazos doy por haberme alcanzado

tuve que alejarme pa’ llegar hasta tu lado

gracias a tus manos doy por haberme aguantado

tuve que quemarme pa’llegar hasta tu lado


[lhasa, Pa'llegar a tu lado]

.*hífen omitido propositadamente.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

na presença da ausência.


descansa, (...), que levo o teu nome e as tuas certezas e os teus sonhos no espaço dos meus.

josé luís peixoto, morreste-me.

[con]sequências dos dias.



e as semanas passaram a ser meras sequências de números, encarnando antecipações de paragens cardíacas, de tremores que de novo nada têm.
o fim é para a semana que vem, o fim é no mês seguinte, o fim existe e vai chegar. mais sequência, menos sequência, o amor morre nas minhas mãos.

[fotografia de alice lemarin].

quinta-feira, 6 de julho de 2006

pesadelo.


acordar cedo e não acabar o sonho.
[e perceber que não vai ser um filme a ensinar-te que me podes aprender].




*fotografia de joana linda.

lição número um.


you can learn me.

tessa to justin quayle in
the constant gardener.

terça-feira, 4 de julho de 2006

abrir a janela e cair na vertigem da ausência.


si un día te vás
y ya no vuelves más

si un día me voy
y ya no vuelvo yo

que grán silencio
todo en suspenso
que vértigo de no verte

retumbo
como una campana


abro la ventana
y entrás tu
entrás tu.




[lhasa].
*pintura de edward hopper.