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serve para lhe dizer, senhor
a. n., que depois do que
me fez, levei ao lixo cada objecto

que conservava a sua memória e que

eduquei a cabeça a pensar só em

excrementos sempre que por inércia

me quiser aborrecer com lembranças
do que vivi perto de si. que tolice, a

cabeça prega-nos truques, mas com o

presente estará sanado o vício e o
senhor, de vício, passará a ser um

cidadão livre da minha admiração e
cuidado. vai escrito aos dias vinte

de abril de dois mil e sete e vigora

em território nacional e comunitário

por aplicação directa e no resto do

mundo por força dos acordos tácitos

de quem tem vergonha na cara. no mais,

saiba que este poema o obriga a não
chegar à minha pessoa a menos de

vinte mil metros e a não me dirigir

palavra. com vocação para toda a

vida, este poema não é nada comparado
com a traição de que foi capaz. já penso

em excrementos quando escrevo

estes últimos versos e o meu coração

fecha-se naturalmente a toda e qualquer

ternura da sua amizade.

valter hugo mãe, burocracia do fim de uma longa amizade,
in folclore íntimo.
imagem de postsecret.

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