sábado, 17 de janeiro de 2009

send this to the one you don't love.



serve para lhe dizer, senhor
a. n., que depois do que
me fez, levei ao lixo cada objecto

que conservava a sua memória e que

eduquei a cabeça a pensar só em

excrementos sempre que por inércia

me quiser aborrecer com lembranças
do que vivi perto de si. que tolice, a

cabeça prega-nos truques, mas com o

presente estará sanado o vício e o
senhor, de vício, passará a ser um

cidadão livre da minha admiração e
cuidado. vai escrito aos dias vinte

de abril de dois mil e sete e vigora

em território nacional e comunitário

por aplicação directa e no resto do

mundo por força dos acordos tácitos

de quem tem vergonha na cara. no mais,

saiba que este poema o obriga a não
chegar à minha pessoa a menos de

vinte mil metros e a não me dirigir

palavra. com vocação para toda a

vida, este poema não é nada comparado
com a traição de que foi capaz. já penso

em excrementos quando escrevo

estes últimos versos e o meu coração

fecha-se naturalmente a toda e qualquer

ternura da sua amizade.

valter hugo mãe, burocracia do fim de uma longa amizade,
in folclore íntimo.
imagem de postsecret.

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