como
se a vida fosse vivida em vertigem,
e fosses a queda
constante das horas,
queda lenta de discretos rumores.
como se a vida fosse olhada de longe,
os dias em ponto pequeno,
a rodopiar no anonimato,
de pés descalços em chão avesso.
queda lenta de discretos rumores.
como se a vida fosse olhada de longe,
os dias em ponto pequeno,
a rodopiar no anonimato,
de pés descalços em chão avesso.
como se a vida fosse vivida em vertigem,
em
antecipação de paragens cardíacas.
como
se no parágrafo de inverno não houvesse letras capitais,
e o movimento das palavras que
escrevem o teu nome
despenhasse o voo dos pássaros
urbanos.
como se a vida fosse vivida em
vertigem,
e contasse a um ouvido de
palavras interrompidas
que,
no precipício do corpo, ao
desmembrar o silêncio,
os lábios entrariam em
combustão.
* poema publicado
no número 6 da VI série da revista Via Latina.
imagem de Alice in Wonderland .
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