segunda-feira, 12 de abril de 2010

dos nadas.


há grãos de areia e grãos de areia. era nem uma, nem duas, nem três vezes, eram infinitas vezes um grão de areia muito perdido num areal demasiado gasto. ansiava por integrar as dunas, lá no alto, e olhar o mar de cima, vigiando a linha em que céu e água se tocam. mas era apenas mais um grão de areia, anónimo e de acentuado egotismo. de nada lhe valia gritar importância; seria sempre e apenas um grão de areia, perdido na sua infimidade. ele não sabia que há grãos de areia e grãos de areia. e que nem todos os grãos de areia chegam a porto seguro. este, contaram-me, foi engolido pelo mar e nunca mais se avistou.
*imagem de papertissue.



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