não há nada como saber que os outros nos desenham com as linhas certas. não há nada como perceber que há quem leia em mim as letras a-l-i-c-e, e não veja nisso uma história que não se deva contar. não há nada como receber palavras, na ausência de outras que se esperariam certas. disse-me ele que estas foram escritas para mim:
“No final do encontro com a rainha Branca, Alice confronta-a: ‘É impossível acreditar em coisas impossíveis.’ A rainha responde: ‘Atrevo-me a dizer que não praticaste o suficiente. Quando tinha a tua idade, fazia-o durante hora e meia todos os dias. Por isso, houve vezes em que acreditei em até seis coisas impossíveis antes do pequeno-almoço.” *
* in Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.