sexta-feira, 30 de março de 2012

alice.


não há nada como saber que os outros nos desenham com as linhas certas. não há nada como perceber que há quem leia em mim as letras a-l-i-c-e, e não veja nisso uma história que não se deva contar. não há nada como receber palavras, na ausência de outras que se esperariam certas. disse-me ele que estas foram escritas para mim:

“No final do encontro com a rainha Branca, Alice confronta-a: ‘É impossível acreditar em coisas impossíveis.’ A rainha responde: ‘Atrevo-me a dizer que não praticaste o suficiente. Quando tinha a tua idade, fazia-o durante hora e meia todos os dias. Por isso, houve vezes em que acreditei em até seis coisas impossíveis antes do pequeno-almoço.” *


* in Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.

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