quinta-feira, 12 de abril de 2007

em abril, águas de março.


trezentos e sessenta e cinco alfabetos reescrevem-se trezentas e sessenta e cinco vezes por trezentos e sessenta e cinco dias.

como se a elis cantasse as águas de março e elas se atrasassem e chovessem em abril. como se o jobim me ditasse que afinal o verão começaria naquele dia, o passarinho voaria na mão, dentro da mão. como se o ditado guardasse a promessa de vida que se enrolava na cama e se aninhava nos lençóis de beijo primaveril.
trezentos e sessenta e cinco sonhos a verde, amarelo e vermelho, sonhados por esta ordem cromática e por mais nenhuma. trezentas e sessenta e cinco mãos vazias de espera guardada na palma, de resposta aguardada na língua - não a minha, a outra.
e foram e são e serão tempestades de areias, fruto da erosão desses alfabetos aguardados há muito mais, tão mais, demasiado mais do que trezentos e sessenta e cinco dias.

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