quarta-feira, 14 de maio de 2008

this is my brain, its torturous analytical thoughts make me go insane.*


não vou dizer que a explosão não está iminente,

que os medos sobrevivem à água transbordante,

e os dois pulsos sufocam os dias presos por um pescoço.

não vou dizer que não espero por ti todos os dias,

que a verdade está guardada por um fio,

e o clamor fica por expulsar.

não vou dizer que maio apodreceu,

que a primavera acabou antes de alvorecer,

e o fruto caiu em terra trémula.

não vou dizer nada,

porque a língua calcinou as palavras,

e o incêndio levou-nos a boca.


*kate nash, mouthwash.
[fotografia de lina scheynius].

5 comentários:

b disse...

Queria dizer muito, mas não tenho como... apenas, um sincero "adoro-te". *

franksy! disse...

fantástico, Martinha! Fantástico...
deixas-nos mesmos sem palavras...

homesick.alien disse...

as águas de abril afinal arrastam-se por maio e a redenção tarda em chegar. e a quaseexplosão, quaseespasmoincontrolável matura e torna-se um estado permanente entre a clausura de uma quasecómoda imobilidade e o quasedesejo fremente de uma ruptura não definitiva.quase,quase.vivement l'Été.

Inanreh.PT disse...

[suspiro]

ana... disse...

se me vestisse de palavras...