and this is my skin I feel.*

disse-me, partindo do seu aniversário, que não ia sobreviver aos dias pesados do ano que se avizinhava. os anos que contava agora coincidiam com a data de nascimento dela. vinte e sete. era uma dor numérica. objectivamente insuportável. desenhada no dois e no sete, a ferida reabria-se a cada dia do ano que ali irrompia. disse-lhe que há dores piores, não me lembrando, no momento, de nenhuma. mas há. vejo-a, essa dor maior. a ferida que não é numérica, mas cicatrizada, sobre a pele. a que não se distingue por nenhum pormenor. está lá, apenas, a relembrar-lhe como poderia ter sido se.

Comentários
[e o texto, o texto está tão lindo!!!]