terça-feira, 29 de novembro de 2005

do adeus e do fim.


e adormeci com o sabor a fim, a trilho apagado, a tristeza salgada.
eram as memórias a deitarem-se na almofada, a tentativa insistente emafastá-las do sono atrasado e elas a penetrarem um pensamento semi-sereno.
eras tu e o teu outro tu, porque tu não podes ser só um. eras tu a escorregar-me por entre os dedos e o futuro a rir-se de mim porque é vazio de ti, porque tem de ser vazio de ti. eram as desculpas que são culpas, os ódios que são amores, a indiferença que não é senão uma tentativa de restabelecer a paz, de restabelecer-me, porque isto não sou eu, isto não posso ser eu.
é o mundo a lançar dados nos meus dias e eu a não querer jogar mais. é estar farta de dar provas, de ultrapassar os nãos, de correr para não alcançar sim nenhum.


não sabia que a palavra adeus podia dar murros no estômago.

*fotograma de wristcutters: a love story.

Sem comentários: